Já não falta mais uma declaração que sacramenta publicamente o rompimento entre o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) e o governador João Azevêdo (PSB).
Em entrevista à Rádio Serra Branca FM, Coutinho, que antes apontava Azevêdo como o melhor governante que a Paraíba teria na história, abriu a caixa de ferramenta e tratou a gestão do agora ex-aliado de inerte.
O ex-governador ainda acusou o ex-presidente do PSB, Edvaldo Rosas, de usar a legenda para angariar cargos no governo, e não poupou deputados e o senador Veneziano Vital.
Abaixo, o resumo da entrevista ao radialista Júnior Queiroz:
“Eu sirvo para eleger um senador, um governador, que há quatro meses da eleição tinha 2% de conhecimento, sirvo para fazer uma bancada de 22 deputados estatuais, três federais, mas não sirvo para presidir o partido do qual construir ao longo desses anos todos”.
“O partido estava se burocratizando, estava perdendo o ritmo e ao mesmo tempo sendo visto apenas como meio para angariar alguns cargos e não é isso que eu quero para o PSB”.
“Acho que é um gesto muito mesquinho [a recusa de Azevêdo e Veneziano para Comissão Provisória do PSB]. O que é que a Nacional fez? Inclusive, concedeu quatro vagas. E essas pessoas, que fugiram da reunião, estão preferindo atacar o partido, nos atacar e dizer que não vão participar. Não posso fazer nada”.
“O partido estava burocratizado, parado. Observe que nos anos anteriores, como o governo tinha uma pauta política forte, de vanguarda, sempre a frente do partido, o partido vinha atrás. Atualmente essa pauta política não está sendo mais exercida pelo governo. Não estou criticando o governador João Azevêdo. Isso depende de circunstâncias e de estratégia. Mas de concreto você não tem mais o governo com essa pauta avançada que o país precisa na área da democratização. Caberia o partido ajudar o governo ou puxar o governo. Quem estava a frente do partido não tinha mais este animo e ao assumir uma secretaria teria que naturalmente se afastar. Por exemplo, chega aí um grupo de prefeitos do PSB para dialogar com sobre uma pauta com o governador. Chega e leva a pauta. Você acha que o presidente do partido representaria os prefeitos ou o governo? É claro que representaria o governo”.
“Tem algumas personalidades que hoje estão falando tão cheias de poder, que na verdade, devem [inaudível] a mim. Muitos não estariam nem como deputado. Tem deputado que disputou não sei quantas vezes em outro esquema, onde fazia papel de bobo da corte e nunca passou de 4 mil votos. Foi eleito comigo, porque entendíamos que era importante e hoje abre a boca para ter uma postura raivosa contra a minha pessoa”.
“Tem alguns que estão usando o poder do estado para interferir numa discussão interna de um partido”.