A roda gira. Acostumado a empregar a pecha de “golpista” em seus adversários, o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) prova agora do próprio veneno. Pelo menos entre os girassóis paraibanos é assim que Coutinho tem sido chamado: golpista.
Prefeitos, deputados e vereadores classificaram o ato de Coutinho contra o até então presidente do PSB, Edvaldo Rosas, e o governador João Azevêdo, como desleal e antidemocrático. Alguns, como o presidente da Câmara de Vereadores de Guarabira, Marcelo Bandeira, trata a situação abertamente como golpe mesmo do ex-governador no partido.
“É um golpe. Não vejo de outra forma. Rosas foi eleito para cumprir um mandato e essa história de dizer “Não, ele está como secretário” não cola. Eduardo Campos foi presidente nacional e era governador de Pernambuco. E o próprio Ricardo presidindo agora. Ele está presidindo uma Fundação lá em Brasília. Eu acho que Rosas sendo secretário, dentro do Palácio, teria mais condições de presidir a nível estadual do que quem está em Brasília. Classifico tudo isso como um golpe”, diz.
A carta enviada pelo governador João Azevêdo – com apoio de outros vinte e quatro pessebistas, entre eles seis prefeitos e quatro deputados estaduais – à direção nacional do PSB fala em medida “antidemocrática”. Sem nenhuma razão plausível, o grupo de Ricardo Coutinho provocou a destituição de Rosas por meio de cartas renúncias de 51% dos diretorianos.
Os vereadores de João Pessoa, Tibério Limeira e Léo Bezerra, também consideraram “antidemocrática” a postura de Ricardo Coutinho e não descartaram deixar a legenda. “O gesto de desrespeito aos dispositivos estatutários e aos valores democráticos maculou a história deste projeto e empurra para longe o direito à livre opinião e ao exercício da autonomia”, disseram em nota conjunta.
Desde 2007 no PSB, o prefeito de Rio Tinto, Fernando Naya, disse, hoje, ao autor do Blog, que deixará o PSB em decorrência dos últimos acontecimentos. Solidário a Azevêdo, Naya afirmou que ficará do lado da democracia. “João tem feito o papel dele. Não vejo nada que não esteja sendo cumprido para tocar o projeto, que defendemos desde 2010. João tem sido competente e dialogado com as instituições. Fico do lado da coerência, da democracia e do governador João Azevêdo”.