Suspenso desde de janeiro pelo Governo do Estado, o programa Gol de Placa está sob apreciação do Ministério Público (MP), que identificará o tamanho do desvio de recursos públicos por parte dos clubes de futebol da Paraíba. É o que disse, na manhã desta sexta-feira (9), o governador João Azevêdo (PSB).
O programa foi suspenso após uma série de fraudes no cadastramento dos beneficiados ser revelada pelo jornal Folha de S. Paulo. O Governo do Estado distribuiria R$ 4,1 milhões neste ano aos 10 clubes da primeira divisão local.
O governador afirmou que aguarda a análise do MP para, em caso de constatação efetiva da fraude, os clubes ressarcirem os cofres públicos.
“Se houver a constatação [desvios], nós faremos essa cobrança e terá que ser devolvido o recurso que não tenha sido aplicado adequadamente”, disse João.
“Estamos dependendo da análise que o Ministério Público está fazendo. Na minha compreensão será assinado um TAC (Termo de Ajustamento e Conduta) entre os clubes, a Federação [Paraibana de Futebol] e a Secretaria [Esportes] para operacionalizar uma maneira mais tranquila”, explicou.
Ao MaisPB, o coordenador do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, Octávio Paulo Neto, revelou recentemente que o desvio de recursos oriundos do programa chegaria a “mais de uma dezena de milhão”.
Pessoas que nunca vieram à Paraíba eram cadastradas como torcedores na troca de notas fiscais por ingressos. Dezenas de postos de gasolinas também eram registrados como emissores das notas para os “torcedores fantasmas”.
Ao burlar as regras, os clubes conseguiam aumentar o número de torcedores em seus jogos e justificar um montante superior de repasse da empresa patrocinadora do programa. (Maurílio Júnior e Albemar Santos – MaisPB)