Das manifestações de solidariedade dos conselheiros do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) ao colega de corte Fernando Catão, alvo da Polícia Federal na 4ª fase da Operação Xeque-Mate, a que mais chamou atenção foi a do ex-presidente, André Carlo Torres.
Torres fez críticas à condução das investigações por parte da Polícia Federal da Paraíba e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público.
André Carlo Torres acusou os investigadores de omitirem a Justiça a informação de que as medidas cautelares dadas por Catão para conceder e posteriormente suspender a licença ambiental que permitia a construção do Shopping Pátio, em Cabedelo, se deram com base no parecer do Ministério Público de Contas.
– É de estranhar uma operação em que, quem compra e quem paga está preso, mas quem vende está solto – questionou.
Continuou:
– Vossa excelência (Fernando Catão) está sendo alvo de busca e apreensão, mas quem pediu para vossa excelência dar a cautelar e revogar a cautelar está passando em brancas nuvens sem nenhuma investigação. É bom que se diga com clareza: quem pediu para vossa excelência dar a cautelar e suspender foi o Ministério Público de Contas, que atua junto ao Tribunal, que faz parte do conjunto de Ministérios Públicos do Brasil. Quando o pedido do delegado da Polícia Federal da Paraíba e do promotor de Justiça responsável pelo Gaeco foi ao Tribunal de Justiça da Paraíba para deflagrar a investigação omitiu essa informação. É bom que as coisas sejam ditas com palavras claras.
O conselheiro se refere ao ex-prefeito de Cabedelo, Luceninha, acusado de vender o mandato ao empresário Roberto Santiago, acusado de financiar a compra que levou o vice, Leto Viana, ao poder.
Luceninha está solto. Roberto Santiago e Leto Viana, os compradores, estão presos.