Com a bala em alta no Congresso, o senador não reeleito na última eleição, Cássio Cunha Lima (PSDB), deu um tiro no discurso do filho, o deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB). O tucano foi um dos 46 senadores que votaram a favor do aumento de 16% nos salários dos ministros do STF em meio a grave crise econômica do país.
Pedro Cunha Lima é um crítico aberto das mordomias e excessos de gastos dos Poderes. É autor, por exemplo, do projeto que restringe o uso de carros oficiais as autoridades de Brasília. O promissor Cunha Lima ainda vai constantemente a tribuna da Câmara para criticar os altos salários de ministros, a quem responsabiliza por provocar um impacto milionário no orçamento da União.
Pois bem. Os apelos de Pedro não foram ouvidos na própria casa. O voto do pai do deputado ajudará a causar um efeito cascata que custará aos cofres públicos 5,3 bilhões de reais por ano, segundo estudo do Senado. Os ministros, que ganham 33,7 mil reais, passarão a ganhar 39,2 mil. Os salários dos ministros do Supremo são regidos pelo teto constitucional. Eles são os servidores públicos mais bem pagos do país. Sempre que há uma elevação dos rendimentos, que precisa ser aprovada pelo Legislativo, todo o funcionalismo público recebe o benefício.
Além de Cássio, o senador Raimundo Lira (PSD), que também não terá seu mandato renovado a partir do próximo ano, também jogou a bomba para o povo se virar. José Maranhão (MDB) se absteve.
O que dirá Pedro sobre o ‘voto do contra’ do pai?