A bala de prata que o PT aguardava não veio. Terceiro colocado na eleição presidencial, Ciro Gomes (PDT) decidiu não se manifestar sobre a disputa de segundo turno entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).
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Sabotado pela turma de Lula, que o tirou apoios importantes, como o PSB, Ciro disse que, “por uma razão muito prática, que eu não quero dizer agora” não irá tomar partido. “Se eu não posso ajudar, atrapalhar é o que eu não quero”, acrescentou em vídeo divulgado neste sábado (27).
“Eu quero que Deus, como disse lá no primeiro dia, abençoe essa grande nação para que todo mundo possa caminhar amanhã para votar, votar compreendendo a necessidade de votar com a democracia, votar contra a intolerância, votar pelo pluralismo”, continuou o pedetista.
Ontem (26), em João Pessoa, Haddad ainda alimentava o otimismo de contar com o apoio explícito de Ciro Gomes. Projetou ganhar de três a quatro pontos com um aceno público do ex-governador do Ceará. Logo após o primeiro turno, Ciro viajou para Europa, retornando ontem à Fortaleza.
Com a decisão de não atender aos apelos petistas, Ciro Gomes se projeta para ser a principal oposição ao iminente governo de Bolsonaro. Ele afirmou que estará “na linha de frente” e que “ninguém está obrigado a votar contra convicções e ideologias”. “Não é se queixando e lamentando que vamos resolver isso”, disse. O pedetista quer voltar a disputar a eleição presidencial em 2022.
A “frente democrática” que o PT tanto esperava formar para o segundo turno – a mesma que sabotou lá atrás – foi enterrada a 24 horas do resultado final.