Da carceragem da Polícia Federal em Curitiba, o ex-presidente Lula não ouviu os conselhos do rapper Mano Brown. De fato, não poderia ouvir. Não pela condição de presidiário, mas pela arrogância petista que não o permite. O músico foi destaque da noite carioca na última terça-feira (23) com seu discurso em tom de crítica ao PT em pleno um ato político.
Não com as mesmas palavras de Cid Gomes, protagonista de verdades faladas sobre o PT na última semana, Mano Brown cobrou da seita lulista humildade – conselho difícil de ser recebido pelos devotos – para se comunicar com o povo. Brown jogou na cara de Haddad e cia que o partido já não fala mais a língua dos brasileiros e por isso “vai perder mesmo”.
Em um momento de grande lucidez, Mano Brown tocou na ferida: “Se falhou, vai pagar. Quem errou vai ter de pagar mesmo, certo?”, para vaias do público e um grito da multidão: “o que você está fazendo aqui?”.
Lula e PT deram de ombros para Mano Brown. O partido que é símbolo dos maiores escândalos de corrupção do país não aprende. Em carta divulgada nesta quarta-feira (24), Lula voltou a atacar imprensa e Judiciário. Na semana que Jair Bolsonaro (PSL) ameaçou desaparecer com quem pensa diferente dele e de impor condições para ser entrevistado por uma rádio gaúcha, o político corrupto fez lembrar que o autoritarismo não é uma marca somente do candidato do PSL. Também faz parte da identidade petista.
O cinismo de Lula não tem limites. Na carta digitada, ele ainda diz que o PT é odiado pelo que fez de bom para o Brasil. Faz de conta que os mais de 10 milhões de desempregados deixados por Dilma Rousseff foi mais uma das tantas fake news espalhadas no território nacional.
A fake news tão combatida pelo PT nesta eleição virou tiro no próprio pé – não que ninguém duvidasse. O próprio Fernando Haddad se encarregou de reproduzir a acusação leviana do cantor Geraldo Azevedo contra Hamilton Mourão sobre ter sido torturado pelo vice de Bolsonaro no regime militar. Mourão tinha 16 anos. Fake news.