Em onze dias o Brasil escolherá o novo presidente da República. Para os não aficionados, a dura escolha entre o candidato que não merece ganhar, contra outro que merece perder. O líder das pesquisas, Jair Bolsonaro (PSL), não para de surpreender (negativamente), enquanto o candidato do PT… Ah, o PT.
A mais nova do capitão, mas nem tão nova assim, veio de Luiz Antonio Nabhan Garcia, cotado para assumir o Ministério da Agricultura em um possível governo do candidato do PSL. Ele defende que a Amazônia passe por mais desmatamento. Para o amigo de Bolsonaro, é bobagem que a floresta já tenha perdido 20% de sua cobertura vegetal. Para Nabhan, há “muita fantasia, muita lenda” sobre o aquecimento global. Tanto Bolsonaro, quanto Luiz Antônio Nabhan pretendem fundir o ministério do Meio Ambiente com o da Agricultura. Em julho, no Pará, Jair Bolsonaro prometeu a grandes fazendeiros que vai “segurar as multas ambientais”. No ápice da cegueira coletiva, bolsonaristas certamente aplaudem a fala do capitão.
O principal jornal norte-americano New York Times tratou Bolsonaro como uma ameaça ao planeta. “Ele tem pendurado a possibilidade de sair do acordo climático de Paris. Mas mesmo que ele não o faça, suas promessas de campanha podem ter consequências terríveis para a Amazônia e, portanto, para o resto do planeta. Estendendo-se por dois milhões de quilômetros quadrados, a maior parte no Brasil, a Amazônia atua como um gigantesco sumidouro para as emissões de dióxido de carbono que o mundo como um todo produz”, diz o periódico (leia aqui).
Não faz muito tempo que Bolsonaro defendeu a educação a distância desde o ensino fundamental, a fim de baratear custos. Nesta semana, em visita ao Bope, no Rio de Janeiro, o capitão disse que seu objetivo é fazer com o que o Brasil volte ao “que era há 40, 50 anos atrás”, tempos da ditadura militar.
Diferente de Bolsonaro, Fernando Haddad não precisa abrir a boca para se queimar. O próprio partido – símbolo da corrupção nos últimos anos, com direito a um ex-presidente condenado e preso – que o abriga é uma autodestruição eficaz na campanha do candidato. Remendos promovidos pelo PT no segundo turno, a partir da mudança do vermelho para o verde e amarelo, serviram mais do que tudo para municiar as galhofas do capitão.
Haddad e PT ainda engoliram no seco o desabafo do pedetista Cid Gomes no início da semana. O irmão de Ciro Gomes cobrou “humildade e mea culpa” dos petistas, pelas “muitas besteiras que fizeram”. Veio de um aliado a última pá de cal na tentativa de virada no segundo turno. Fiasco!
Como já escrito uma vez neste espaço, antes mesmo da confirmação desse cenário, trata-se de um embate diabólico.