Confederação de Pastores vê “cerceamento de expressão” do MPF

Por Maurílio Júnior

O bispo Robson Rodovalho, criador da Sara Nossa Terra e presidente da Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil (Concepab), reagiu ao procedimento que a Procuradoria Regional Eleitoral abriu contra o pastor da 1ª Igreja Batista de João Pessoa, Estevam Fernandes, por supostamente utilizar o templo religioso como “palanque eleitoral” para pedir votos para o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).

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Em entrevista ao autor do Blog no Arapuan Verdade, da Rede Arapuan de Rádios, Rodovalho criticou o Ministério Público Federal da Paraíba (MPF-PB) por tentar amordaçar a pregação de valores e família. “A norma [do Tribunal Superior Eleitoral] fala que não se pode fazer campanha dentro da igreja. O que não é fazer campanha? Pedir voto para um candidato, dar o numero dele. Um pastor não é proibido de pregar sobre valores, sobre família, sobre vida, até mesmo que votem em pessoas honestas, que acreditem na vida e na família. Isso é outro tipo de cerceamento, cerceamento de expressão. Estamos caminhando para uma mordaça. É outro grau de severidade”, disse.

O bispo saiu em defesa do pastor Estevam, a quem atribui uma reputação ilibada e considerou que o procurador eleitoral, Victor Veggi, tenha se baseado em uma “denúncia infeliz e fofoqueira”.

“Acho que o procurador está equivocado, deve ter recebido alguma denúncia mal feita, infeliz, fofoqueira, não procede da verdade. O que entendemos de abuso de poder religioso é um pastor pedir voto explicitamente numa igreja, dar o nome e número do candidato”, ressaltou.

“Falar de valores e princípios é nossa missão. Não vamos aceitar que possamos ser calados, ainda mais por causa de um momento eleitoreiro, onde há tentativa de calar a direita brasileira, especialmente aqueles que votam em Bolsonaro. Isso é ridículo. Esperamos que a justiça brasileira não caia nisso. A justiça não pode ser levada pela fofoca e ou pelo denuncismo eleitoral”, enfatizou.

De acordo com a portaria publicada no Diário Oficial Eletrônico do Ministério Público Federal da Paraíba (MPF-PB), nesta quarta-feira (26), o pastor Estevam Fernandes tem cinco dias para que possa se manifestar sobre o procedimento. O prazo para que a investigação seja encerrada é de 60 dias.