Um país surreal

Por Maurílio Júnior

Não é normal um país parar numa sexta-feira à noite para acompanhar um tribunal decidir os rumos de uma eleição.

Não é normal que isso aconteça a trinta e sete dias do pleito mais importante da história do país.

Não é normal que o óbvio seja discutido – a Lei da Ficha Limpa proíbe que pessoas condenadas em segunda instância possam concorrer a qualquer cargo eletivo.

Não é normal que um ministro reconheça a inelegibilidade de um político corrupto e ainda assim ataque a soberania de um país em detrimento a uma recomendação de dois peritos.

Condenado, preso, Luiz Inácio Lula da Silva não poderá ser candidato, é ficha suja (!!!), mas o Brasil não deixa de ser surreal.