Maior São João do Mundo: no olho do furacão político

Por Maurílio Júnior

Em ano eleitoral nem o Maior São João do Mundo de Campina Grande escapa. O palco onde desfila artistas renomados deu lugar a um octógono. Nele, políticos se atacam com joelhadas, voadoras e agulhadas.

Na inauguração do moderno estúdio da Rádio Arapuan em Campina Grande, nesta quinta-feira (28), o prefeito Romero Rodrigues (PSDB) e o secretário de comunicação do Estado, Luís Torres, trocaram escoriações.

O tucano sugeriu que o Governo do Estado boicota o São João de Campina. “Em Pernambuco, o Governo do Estado, apesar da posição radical de oposição contra o governador, mandou R$ 3 milhões para a festa. Aqui temos perseguição. A cidade em vez de ser reconhecida, é insultada”.

A voadora de Romero no governo teve resposta imediata. Por telefone, Torres devolveu com uma joelhada: “Não há uma referência do prefeito Romero Rodrigues sem a inserção do Governo do Estado, sem politizar o Governo do Estado. Parece que não consegue fazer a festa sem usar o debate politiqueiro e eleitoreiro”.

Antes, há poucos dias, os procuradores do município de Campina Grande, José Mariz, e do Estado, Gilberto Carneiro, trocaram agulhadas na história das furadas do Parque do Povo. Mariz cobrou responsabilidade do Governo na polêmica, enquanto Carneiro acusou agentes públicos de se aproveitarem do evento com fins eleitorais.

Além das garras danosas dos políticos, o São João ainda sofreu com a greve dos caminhoneiros, que afetou o início da festa em uma semana, e a estranha decisão judicial que proibiu a execução de músicas no evento, a poucos dias da abertura.

Entre joelhadas, voadoras e agulhadas, o Maior São João do Mundo balança em 2018. Indo quase ao solo.