Ufanistas da bola não aprendem

Por Maurílio Júnior

Tricampeão em 1970, Tostão parecia antevê a estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo: “Estou otimista com a seleção brasileira, mas a expectativa positiva, da imprensa e do público, cresceu demais. Só chega notícia boa da Rússia. Não existe nenhuma crítica, dúvida, preocupação. Parece tudo perfeito. Isso me preocupa”, escreveu na coluna deste domingo (17) na Folha de SP, antes do jogo contra a Suíça.

Como de costume, o ufanismo midiático só atrapalha. Antes de a bolar rolar, as manchetes foram as mesmas de 2014. Elenco fechado, unido, Neymar aqui, Neymar ali e mais Neymar.

Em campo, o camisa 10 não correspondeu.

Com dribles desnecessários nas intermediárias, o craque esqueceu que o jogo é coletivo. Ainda que tenha recebido o maior número de faltas, foi muito pouco para quem toma conta do noticiário.

Gabriel Jesus também não fez milagre, a zaga dormiu e um Coutinho só não faz verão no gelo russo.

De positivo, o comportamento dos atletas de não atribuir a arbitragem o empate em 1 a 1 e a decepcionante atuação.

Como há males que vêm para o bem…

Um resultado para, talvez, cortar a língua de muitos e manter a esperança.