Chegou junho. O mês da Copa do Mundo, o maior evento esportivo do planeta. Estamos a 13 dias do ponta pé inicial e a 16 da estreia da seleção brasileira contra a Suíça.
Acostumamos ver o país parar a cada quatro anos. Mas não é o que acontece em 2018. O que menos vemos nas ruas são adereços em verde e amarelo. Até mesmo as famosas bandeirinhas nos carros estão escassas
Segundo o vendedor ambulante Fábio Gleidson, nas últimas copas, a média de venda por dia era de 20 a 30 bandeiras. Hoje, esse número não passa de 3 bandeiras.
“A procura tem sido muito pouca. O povo está muito decepcionado com o nosso país pelo que está passando, essa crise política. A cada 300 carros um passa com uma bandeirinha. Mas tenho fé em Deus que melhore”, relatou.
O 7 a 1 para Alemanha, em 2014, pode até contribuir para o desinteresse em parte dos brasileiros, mas está longe de ser o real motivo. O foco do país está longe dos gramados: ex-presidente da República preso, intervenção federal no Rio de Janeiro, constantes denúncias contra o presidente Michel Temer, aumento da gasolina e a recente greve dos caminhoneiros, que paralisou o país durante dez dias.
O brasileiro despertou para o que realmente importa. Não deixou de gostar de futebol, mas trocou parcialmente Tite por Cármen Lúcia, Neymar por Sérgio Moro. Apesar do 7 a 1, ainda somos bons com a bola nos pés – não devemos perder esta essência -, mas o pão e circo em meio ao caos político e social não faz sentido.
A Copa ficou para outubro, nas urnas.